mADE IN pERNAMBUCO
Tendo a moda como universo, Jailson Marcos, João Luís Battista, Cyntya Verçosa, Cris Moura e Maria Duarte transformam identidade em criação. Vindos de diferentes cenários, profissões e gerações, e em meio às dificuldades de um mercado ainda pequeno estranho ao produto autoral, conseguem ir além da vestimenta e converter tecidos, couro e metal em sonhos e arte.
É POSSÍVEL VIVER DE MODA EM PERNAMBUCO?
"Eu nunca tive problema, não. Graças a Deus desde que eu comecei a fazer, em pequenas produções, sempre teve alguém que veio e pagou. Eu tenho clientes que compram comigo desde o início, desde a primeira sandália. É claro que não é um número enorme, mas tem pessoas que valorizam muito a moda local. Pernambucano é muito bairrista. Mas, por incrível que pareça, em 20 anos de carreira, ainda tem pessoas que não conhecem meu trabalho"
"Para quem vai começar hoje, acho muito difícil. Hoje, você vai em uma faculdade de Moda e vai ver um monte de menino conversando sobre a bota de Lady Gaga, o cabelo de Katy Perry… Você acha que uma pessoa com esse pensamento, abrindo uma linha de trabalho, ela vende? Vai ter aquilo que tem na loja do shopping. Quem está começando agora com esse tipo de cabeça, vai ser só mais um. Tem que fazer o diferente, como eu tento fazer."
"Com certeza! Com certeza. Mas, tem que ser correto. Esse Instagram vende tudo, até pensamento. Se você fizer a coisa bem feita, entregar, respeitar o cliente… tem mercado para todo mundo. E a moda dá sim para se sustentar. Mas, é muito trabalho! Ficar famoso na internet, hoje, é fácil. Mas produzir não é fácil. Quando você acredita e trabalha para isso, não tem como dar errado, não."
"Para mim, por ter uma marca independente, está sendo difícil. Aqui no Recife é muito complicado, principalmente pelo caminho que eu decidi seguir, que é uma proposta de marca que vai de encontro com a questão bairrista. Eu não sou nem um pouco bairrista, minha moda é universal. Mas é possível encontrar espaço para quem faz moda autoral, sim. Mas você tem que achar seu nicho. Rola muito, muito, mesmo, a desvalorização do pessoal que é daqui"
"Eu quero acreditar que sim, é possível. Mas o mercado ainda é muito monopolizado. Não pelas marcas, mas pelo público. Sei lá, ninguém procura coisa nova. Eu acho que isso está mudando agora, tem muita coisa nova surgindo. E a gente tem que está muito ligado nisso de divulgação. O Instagram é a vitrine de hoje, você consegue alcançar mil pessoas em um post só!"
SAIBA
mais
'Made in Pernambuco' é o o projeto de conclusão de curso de Marília Gouveia, aluna do curso de Jornalismo na Universidade Federal de Pernambuco